Cecília por Cecília

Nesta página, o leitor terá acesso a citações feitas pela própria Cecília sobre si e algo mais.


“(...) Nasci no Rio de Janeiro, três meses depois da morte do meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas ao mesmo tempo me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento da minha personalidade.”
Cecília Meireles










A prematura orfandade de Cecília estreitou
sua ligação com a morte e com a solidão.

“- Todos morreram antes de meu nascimento. E minha mãe (Matilde Benevides Meirelles) se foi quando eu tinha apenas três anos. Fui criada por  minha avó materna, Jacinta Garcia Benevides, nascida nos Açores, Ilha de São Miguel”.
Cecília Meireles

















"A alma infantil, como aliás a alma humana, não se revela jamais completa e subitamente como uma janela que se abre deixando ver todo um cenário. Suas comunicações com o exterior - e até consigo mesma - se fazem veladamente, aos poucos, mediante detalhes de tão grande reserva que frequentes vezes passam de todo despercebidos."









Página de Educação, Diário de Notícias, 6 de maio, 1931. Fragmento: 

"Mas, enquanto uma reforma do Ensino Primário, como a que nos deixou o governo findo, nos promete - embora da sombra e da frialdade a que a condenaram - uma era nova, e de real importância, para a nossa nacionalidade, o regime atual, que tanto tem invocado a Liberdade como sua padroeira, nos coloca nas velhas situações de rotina, de cativeiro e de atraso que aos olhos atônitos do mundo proclamarão, só por si, o formidável fracasso da nossa revolução... Veio o sr. Francisco Campos com o seu feixe de reformas na mão. E, em cada feixe, pontudos espinhos de taxas... E esperávamos uma reforma de finalidades, de ideologia, de democratização máxima do ensino, da escola única - todas essas coisas que a gente precisa conhecer antes de ser ministro da educação...Depois veio o decretozinho do ensino religioso. Um decretozinho provinciano, para agradar alguns curas, e atrair algumas ovelhas...decreto em que fermentam os mais nocivos efeitos para a nossa pátria e para a humanidade. Chama-se a isto ser liberal. Fala-se da religião como de um movimento de liberdade. Liberdade! Oh! mas, afinal, sejamos coerentes. Façamos o déspota. Façamos o vizir. Façamos, de certo modo, o César do século 20. Mas conservemos a significação dos nomes!"
Cecília Meireles




Fontes: