Biografia



Cecília Benevides de Carvalho Meirelles (Rio de Janeiro RJ 1901 - idem 1964). Poeta, cronista, educadora, ensaísta, tradutora e dramaturga. Seus três irmãos mais velhos morrem antes de ela nascer; seu pai, três meses antes de seu nascimento; e a mãe, antes de ela completar 3 anos. É criada pela avó materna, Jacinta Garcia Benevides, natural dos Açores, Portugal.
Conclui o curso primário em 1910, na Escola Estácio de Sá, quando recebe das mãos do poeta Olavo Bilac (1865 -1918), então inspetor escolar do Distrito Federal, medalha de ouro por ter concluído o curso com "distinção e louvor".
Diplomando-se no curso normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, o magistério torna-se uma de suas paixões, levando-a a escrever para o público infantil, em livros didáticos, como Criança, Meu Amor, de 1924, ou em poemas, como Ou Isto ou Aquilo, de 1964.



Cecília Meireles em Lisboa.
Desenho de seu primeiro marido,
 Fernando Correia Dias.

Em 1922, casa-se com o artista plástico português Fernando Correia Dias (1893 - 1935), com quem tem três filhas - a mais nova, Maria Fernanda (1928), torna-se atriz de teatro. De 1930 a 1933, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação, que resulta um livro póstumo de cinco volumes, Crônicas da Educação, e, em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Brasil, no Rio de Janeiro. Assina, em 1932, com os educadores Fernando de Azevedo (1894 - 1974), Anísio Teixeira (1900 - 1971), Afrânio Peixoto (1876 - 1947), entre outros, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, marco da renovação educacional do país.
Em 1935, seu marido se suicida. Cinco anos depois, 

Cecília casa-se com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo. Aposenta-se como diretora de escola em 1951, mas se mantém como produtora e redatora de programas culturais da Rádio MEC, que são reunidos postumamente no livro Ilusões da Vida, de 1976. Embora tenha estreado aos 18 anos, com o livro de sonetos Espectros, em 1919, somente com Viagem, de 1939, vencedor do Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras - ABL, encontra seu estilo definitivo. Mesmo considerada uma poeta filiada ao modernismo, seus caminhos estéticos estão mais ligados à evolução pessoal que a movimentos.


Cronologia
1901 - Cecília Meireles nasce no Rio de Janeiro, em 7 de novembro; seu pai morre três meses antes de seu nascimento.
1904 - Morre sua mãe; passa a ser criada pela avó materna, Jacinta Garcia Benevides. 
1910 - Recebe das mãos de Olavo Bilac (1865 - 1918), então inspetor escolar do Distrito Federal,medalha de ouro por "distinção e louvor" no curso primário da Escola Estácio de Sá. 
1917 - Forma-se na Escola Normal do Instituto de Educação e segue carreira no magistério.
1919 - Estréia com o livro de sonetos Espectros.
1922 - Casa-se com o artista plástico português Fernando Correia Dias (1893 - 1935). , com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos. E tem poemas publicados no primeiro número da revista literária Árvore Nova.E publica em Lisboa – Portugal, o ensaio “O Espiríto Vitorioso”, uma apologia do simbolismo.
1923 – Publica Nunca mais... e Poema dos Poemas.
1925 – Publica Baladas para El-Rei.
1929 - Publica a tese O Espírito Vitorioso, com o qual defende a cadeira de literatura brasileira da Escola Normal do Instituto de Educação.
1930 - Escreve crônicas e artigos sobre educação no Diário de Notícias, defendendo novos parâmetros para a questão e criticando o governo Getúlio Vargas (1882 - 1954). Tem poemas publicados na coletânea 9 Poetas Nuevos del Brasil, organizada pelo escritor Enrique Bustamante y Ballivian (1883 - 1937), no Peru.
1930 a 1931 - Mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de educação. 
1931 - Começa a escrever sobre educação para o jornal A Nação, e vai até 1934. Morre sua avó.
1932 - Assina, com os educadores Fernando de Azevedo (1894 - 1974), Anísio Teixeira (1900 - 1971), Afrânio Peixoto (1876 - 1947), entre outros, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, marco da renovação educacional do Brasil.
1934 - Funda a primeira biblioteca infantil do Brasil, no Centro Cultural Infantil do Pavilhão Mourisco, bairro Botafogo – Rio de Janeiro. Que não fica aberta por mais de quatro anos, por causa de intrigas políticas. Neste ano, faz sua primeira viagem ao exterior, para Portugal, onde difundi a cultura, literatura e o folclore brasileiro, numa série de conferências em Lisboa e Coimbra.
1935 - O marido se suicida. Começa a dar aulas de literatura luso-brasileira e de técnica e crítica literária na Universidade do Distrito Federal, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. E escreve sobre folclore no Jornal A Manhã. E crônicas para o Correio Paulistano e dirige a Revista Travel in Brazil, no Rio. Além das atividades no Centro Infantil do Pavilhão Mourisco.
1935 a 1938 - Leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ). 
1936 – Mantém sua colaboração, com o jornal Correio Paulistano, escrevendo Crônicas.
1936 a 1938 – Colabora ativamente com o Jornal A Manhã e na Revista Observador Econômico.
1938 - Recebe o Prêmio Olavo Bilac de poesia, da Academia Brasileira de Letras - ABL, pelo livro Viagem, por sugestão do então relator da comissão de poesia, o escritor Cassiano Ricardo (1885 - 1974), o que levanta polêmica, por ser pela primeira vez concedido a uma mulher e artista de corrente inovadora.
1939 - Lança Viagem, considerado o livro que a insere no modernismo; Olhinhos de Gato passa a ser publicado em capítulos na revista portuguesa Ocidente, até o ano seguinte.
1940 - Casa-se pela segunda vez, com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinicius da Silveira Grilo. Viaja para o México e para os Estados Unidos. Ainda, dá aulas de literatura e cultura brasileiras na Universidade do Texas; e é responsável pela RevistaTravel in Brazil.
1947 - Estréia a peça O Menino Atrasado, na Sociedade Pestalozzi.
1951 - É secretária do 1º Congresso Nacional de Folclore, realizado pela Comissão Nacional de Folclore, no Rio Grande do Sul; aposenta-se do cargo de diretora da prefeitura do Rio de Janeiro, Distrito Federal. 
1952 – Recebe e torna-se oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho. E realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou. 
1953 – Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953. É agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhí – Índia.
1958 - Publica Obra Poética, coletânea de todos os seus livros anteriores, menos os três primeiros.
1962 - Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte.
1963 - Escreve crônicas semanais para a Folha de S.Paulo; ganha o Prêmio Jabuti de tradução, da Câmara Brasileira do Livro - CBL, por Poemas de Israel, de diversos autores. E Seu nome é dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, São Paulo (SP).
1964 - Ganha o Prêmio Jabuti de poesia, da CBL, pelo livro Solombra. Morre no Rio de Janeiro, em 9 de novembro. Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Ainda em 1964, é inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso - Chile.
1965 - Recebe o Prêmio Machado de Assis da ABL, post mortem, pelo conjunto de sua obra. O Governo do então Estado da Guanabara denomina Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo (SP), torna-se nome de rua no Jardim Japão. 
1974 - Seu nome é dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo (SP).
1989 - Uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, é lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ).
1991 - O nome da escritora é dado à Biblioteca Infanto-Juvenil no bairro Alto da Lapa, em São Paulo (SP).
2001 - O governo federal, por decreto, instituiu o ano de 2001 como "O Ano da Literatura Brasileira", em comemoração ao sesquicentenário de nascimento do escritor Silvio Romero e ao centenário de nascimento de Cecília Meireles, Murilo Mendes e José Lins do Rego.